Celular na metodologia de aprendizagem através de charadas

23/11/2008 13:41

Objetivo:

          Visando um aprendizado mais estimulante e de acordo com o cotidiano da geração atual, objetivamos a inserção do celular como um meio didático, ao invés de sua total proibição, o que não significaria uma falta de autoridade ou a permissão de uma bagunça em meio às aulas, mas  com uma interação direcionada, com um objetivo a ser trabalhado. A tecnologia tem um papel importante nas escolas, mas é vital que ela seja utilizada de maneira correta e que não seja usada pelos alunos como forma de prejudicar seus professores.

 

Justificativa:

          O celular é um dos meios de comunicação mais comuns em nosso país e no mundo. Calcula-se que cerca de 65% da população brasileira possuem celular, e grande parte dessa sociedade esta inserida nas escolas, logo é natural que estas estejam abertas às inovações vividas por seus alunos, e tentar de maneira produtiva uma prática pedagógica. É necessário que as escolas sejam mais flexíveis e estejam atentas quanto aos interesses dos alunos e as conjunturas da sociedade atual, onde a tecnologia está muito presente, não basta apenas proibir ou fechar os olhos para o uso do celular, é necessário buscar boas alternativas de interação com esta realidade não inventada ou infundada. O uso de tecnologias em nada tem haver com o descaso com os livros, como defende alguns educadores, é apenas mais um método interdisciplinar, auxiliando os estudos por meios já estabelecidos. O professor que se abre para este desafio não está alheio à ordem e a sua autoridade e sim, se torna um ser humano capaz de entender a realidade de seus alunos.

 

Apresentação:

          Alunas de licenciatura da Escola de Belas-Artes da UFRJ, Ana Carolina Ribeiro da Paixão e Mariana Vital da Silva, propõem o uso do celular nas escolas de forma criativa e consciente, como um novo recurso pedagógico, sobretudo focado na arte-educação.

 

Metodologia:

          Mediante ao conteúdo utilizado pela professora de educação artística da escola visitada elaboraremos “frases charadas” que irão direcionar a algum tema relacionado à aula. Essas mensagens serão enviadas para os alunos por meio de torpedos via celular, alguns dias antes da aula. Os alunos estarão divididos em grupos, será utilizado apenas um número de celular por cada grupo (escolhido pelos seus integrantes). Ao receber as charadas os grupos terão que desvendar qual o tema e desenvolver um trabalho artístico livre, como por exemplo, pintura, colagem, desenho, fotografia que irá ser apresentado na aula.

 

Desenvolvimento:

          Fomos a uma escola particular, Colégio Santa Teresinha, e duas escolas públicas, Colégio Estadual Nilo Peçanha e Escola Municipal Castelo Branco. Todas localizadas em São Gonçalo, município do Rio de Janeiro.

          A primeira escola visitada foi a Escola Municipal Castelo Branco, no final do mês de setembro. Mas todos os professores e diretores estavam em reunião e não podiam ser interrompidos. Voltamos na semana seguinte e conseguimos conversar com a diretora. Ela disse que não poderia permitir a interferência de alunos nas aulas, já que não éramos estagiários, embora estivéssemos com documentos da faculdade que comprovava a nossa matrícula.

          Partimos para outra, desta vez uma escola particular, o Colégio Santa Teresinha. Nesta escola, fomos falar diretamente com a professora e tivemos que retornar a escola várias vezes, para ela nos dizer que era necessário a autorização da direção e depois, que não teve essa autorização, pois a escola não permitia o uso de celular em sala de aula e ainda que os alunos iriam entrar em período de provas e a nossa participação nas aula iria causar um atraso de matéria e alterar o calendário escolar, o que seria um transtorno para os alunos.

          A última escola visitada foi no Colégio Estadual Nilo Peçanha no final do mês de outubro. Ana Carolina já era conhecida da diretora e professora de artes da escola, e isso nos fez acreditar que facilitaria a nossa entrada na escola e que pudéssemos assim, apresentar a nossa dinâmica, interagindo com os alunos e professores. O primeiro contato com a diretora foi bastante estimulante, ela demonstrou ter gostado e nos pediu para aguardar uma confirmação, que ela iria estudar a proposta. Ficamos esperançosas e na espera de um segundo contado com a diretora, mas que não foi tão satisfatório. Após algumas semanas ela disse que só seria possível aplicar o projeto na escola se houvesse a autorização da Secretaria de Educação, pois ela estava com receio de ser punida devido o uso fora da lei do celular. Ainda cogitou a possibilidade de enviar o projeto para Secretaria de Educação, mas tanta burocracia iria exigir um tempo muito grande.

 

Conclusão:

          Infelizmente, em todas as escolas visitadas, fomos surpreendidas pela burocracia e pela incompreensão dos diretores e professores. Inicialmente, estávamos bastante confiantes quanto à dinâmica sugerida, sabíamos que não seria fácil aplicar o projeto, embora ele fosse bastante simples, mas não que fosse inviável.

         O fato de não termos conseguido aplicar o projeto nos mostrou que há uma grande repulsa dos diretores e professores, quando se é sugerido uma nova forma de transmissão e assimilação dos temas estudados. Talvez isso aconteça por má vontade, ou ainda, e no que acreditamos mais, por conta do grande comodismo e despreparo dos professores e diretores. Notamos esta deficiência, quando o discurso de todas as escolas é o alvoroço que o projeto iria causar em sala de aula.  

         O que nos aponta a incapacidade de controlar e prender a atenção dos alunos, é a falta de uma proposta pedagógica bem desenvolvida pelos educadores e a insegurança dos mesmos em sair da rotina. Também constatamos a dificuldade de aceitação do projeto em sala de aula, mesmo dentro de uma dinâmica, porque o celular em sala de aula é proibido por lei. Nos pareceu apenas, um pretexto de comodismo.

Para que mudar? 

    

           

Alunas: 

Ana Carolina Ribeiro da Paixão e Mariana Vital da Silva

 

        

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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