Poema e celular

13/11/2008 18:00

O projeto a seguir pretende transformar a visão geral de que o celular dentro da sala de aula é um problema. A intenção é agregar ao aprendizado o interesse dos alunos por novas mídias, utilizando-as como instrumento didático.

 

A proposta consiste em uma aplicação interdisciplinar da interpretação de textos literários. Para isso, a turma será divida em grupos, onde cada um receberá um poema, escolhido pelo professor de literatura, sobre o qual deverá guardar segredo para os demais grupos. A partir do argumento central do texto, cada grupo realizará um trabalho artístico de qualquer natureza (desenho, dramatização, colagem etc.), fotografá-la e enviar para o celular do professor. De posse das fotos, ele as apresentará à turma que terá que descobrir o texto que cada uma representa.

 

Os textos serão distribuídos através de bluetooth, e recebidos pelo aplicativo Microsoft Word disponível para esta mídia. A turma na qual o projeto será executado será de 1ª série do Ensino Médio.

Neste contexto, os alunos desenvolverão suas habilidades avaliativas e interpretativas, além do questionamento de assuntos que lhes são pertinentes, como a proibição ou permissão do uso do aparelho celular na sala de aula e, sobretudo, aprenderão a respeitar normas sabendo que elas não são opressoras e que podem se adaptar à mudanças de época e de costumes.

 

Relato da experiência

O projeto, primordialmete de cunho didático, não pôde ser realizado em ambiente escolar porque a escola para a qual o apresentamos estava em período de provas. Sendo assim, procuramos trabalhar com amigos que poderiam nos ajudar. E tivemos a sorte de ter disponíveis pessoas ligadas às artes visuais. Beatriz Franco, estudante de Desenho Industrial; Monique Chaves, estudante de Licenciatura em Ed. Artística; e Angely, formada em Desenho Industrial.

Resolvido o primeiro problema, tivemos um novo, que era o lugar para a realização do projeto. Inicialmente, usaríamos o espaço do condomínio de uma das voluntárias mas houve um impedimento e tivemos que usar a praça de alimentação do shopping, perto dalí. Uma vez estabelecidas, não tivemos mais grandes problemas e pudemos começar.

Cada uma das três que trabalharam conosco recebeu um poema modernista e teve aproximadamente duas horas para desenvolver a proposta. Eram eles Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade; Metade Pássaro, de Murilo Mendes e Amor, de Oswald de Andrade. Elas tiveram como material papel colorido, lápis de cor, cola e tesoura.

O aparelho celular de uma das voluntárias não possuia o sistema bluetooth, sendo assim, não pudemos enviar os textos pelo aplicativo Microsoft Word. Enviamos então por mensagem de texto. Uma outra solução pode ser o envio do poema como nota através do bluetooth, no caso de o aparelho não poder receber o aplicativo.

A primeira a concluir o trabalho foi a que recebeu o poema Amor. Ela fez um pequeno brainstorm no papel e o entregou em um tempo relativamente curto. Um desenho perfeitamente adequado ao tema, sendo tão sintético quanto o texto.

A segunda a concluir, trabalhou com Metade Pássaro. Após organizar suas idéias no papel, fez uma representação direta do poema, sem considerar o tema central, em um cubo.

A última teve que adaptar a sua idéia inicial, apresentada em esboço, devido ao pouco tempo disponível. Tal como o trabalho do poema Metade Pássaro, este também se afastou do tema princial, o que não atrapalhou o resultado, contudo, após a conclusão dos trabalhos, não pudemos fazer a verificação pretendida com as voluntárias a respeito do conjunto. Readaptamos, então, a proposta. Nesse caso, pediria-se a outra pessoa que fizesse a análise dos poemas e dos trabalhos para que descobrisse as correspondências entre eles. Para dificultar, pode-se mostrar mais poemas, além dos usados pelos voluntários.

 

 

Alunas: Cristina Jardim Batista

            Raiana Almeida Cassiano

Pesquisar no site

Fotos