História em Quadrinhos com Celular

13/11/2008 17:08

Inicialmente o nosso trabalho visava à aplicação de uma dinâmica de grupo em que os alunos de uma turma de colégio pudessem desenvolver sua criatividade, organização textual, vocabulário, disciplina e principalmente interatividade, descobrindo um novo uso para a estigmatizada ferramenta moderna que conhecemos como celular. Para isso, escolhemos como tema dessa dinâmica a elaboração de histórias em quadrinhos utilizando o recurso de fotos feitas através do celular.    

 

Após o contato inicial com o animador cultural e artístico de um grande colégio em São Gonçalo, surgiu a proposta não de uma atividade com uma única turma, mas sim de um concurso envolvendo todo o colégio (que tem mais de 3.000 alunos).

Em seguida foi criado pelo grupo um edital para o concurso que pode ser conferido a seguir

 

Concurso de Quadrinhos com celular

 

Regras:

 

• Grupos de até quatro alunos;

• Histórias com no máximo três páginas;

• Temas disponíveis: Artes, Política, Esporte, Cotidiano e Humor;

• Categorias de competição: Ensino Fundamental e Ensino Médio;

 

Observações:

 

• Servem fotos de qualquer celular;

• As histórias devem conter pelo menos um personagem, e um título;

• Somente alunos do colégio poderão participar;

• Na apresentação do trabalho deve constar a categoria em que está disputando (Ensino Fundamental ou Médio) o nome completo dos integrantes do grupo, bem como suas respectivas turmas e turnos;

• Histórias com fotos tiradas dentro dos limites do colégio serão automaticamente desclassificadas, pois o uso de celular na escola é estritamente proibido.

 

Modo de Produção:

 

• Tirar fotos utilizando o celular e editá-las no computador, montando uma página de história em quadrinho, onde os quadrinhos serão as fotos tiradas com o aparelho. Adicionarão balões com fala, pensamento ou narração.

• Poderão fazer esta montagem e edição no Paint ou em qualquer outro programa que permita execução de tal trabalho.

 

Entregando seu trabalho:

 

• Os trabalhos deverão ser impressos e entregues em papel aos professores de Educação Artística;

• Também deverão ser enviados por e-mail para deniss_mello@hotmail.com. No e-mail deve constar o nome dos membros do grupo e demais informações necessárias já citadas acima. No título do e-mail, escrever preferencialmente “Concurso de HQ celular”.

 

Critérios de Avaliação:

 

• Coerência da narrativa (não fugir do tema escolhido);

• Desenvolvimento da história (início, meio e fim);

• Originalidade do trabalho;

• Organização visual do trabalho.

 

Premiação:

 

• Os trabalhos serão expostos num blog da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro);

 

 

Com o edital em mãos, iniciou-se uma série de visitas do grupo ao colégio, para negociar a aplicação do projeto. Assim como o grupo o animador estava empolgado com a idéia, pois tinha a plena consciência dos aspectos positivos culturais e sociais que o projeto proporcionaria aos alunos.

 

Ele comprometeu-se de apresentar o projeto à diretoria, entretanto após duas semanas e duas visitas o projeto ainda não havia sido avaliado pela direção que se dizia sem tempo para fazê-lo.       

Finalmente na quarta visita um membro do grupo junto ao animador teve a oportunidade de dialogar com a diretora em sua sala, mas esta se mostrou super pessimista com o projeto alegando que o colégio fazia forte campanha nas reuniões de pais e mestres contra o uso do celular no colégio.

Mesmo acentuando que no edital havia uma cláusula desclassificando histórias com fotos no terreno do colégio, a diretora não mudou sua postura optando por se omitir da responsabilidade da possível violação da lei nº lei 5.222 que proíbe a utilização do celular em sala de aula, por parte de algum aluno que desrespeitasse a cláusula. A diretora alegou que aconselha os alunos a nem se quer levar o celular para o colégio (mesmo que a lei não proíba tal ação).

A diretoria responsabilizou-se, porém, de fazer o contato com a secretaria municipal de educação, que segundo ela poderia liberar a aplicação do projeto. Duas semanas depois o contato não havia sido feito e sua postura permanecia inflexível, ficando por conta do animador tal contato (ou seja, ele mesmo poderia ter feito isso duas semanas antes, não fosse a má vontade da diretora).

O animador agendou uma reunião para o dia seguinte com uma representante da secretaria caracterizando novamente seu interesse pelo projeto, mas após longa negociação e discussão (ele realmente brigou com a mulher), a funcionária disse que quem deveria assumir a responsabilidade pela liberação era a própria diretora.  

Desta forma, iniciou-se um “jogo de empurra” que infelizmente culminou com o definitivo embargo do projeto.

 

    

Opinião do grupo a respeito do projeto

 

 

Durante o processo de criação do trabalho onde deveríamos usar o celular como material didático, foi necessário primeiro tirarmos da nossa mente a má imagem que o celular causa nas salas de aula.

Individualmente cada um levou um tempo para assimilar idéias e desenvolve-las. Marcos teve a idéia de usar as fotos do celular para fazer uma história em quadrinhos, e junto a Denis e Erik trabalharam formas com que isso pudesse ser útil aos alunos.

Nós do grupo ficamos empolgados com a idéia e mais ainda quando apresentamos à nossa professora que nos motivou muito e nos tomou como exemplo para o resto da turma, que ainda não havia trazido muitas idéias.

Criou-se grande expectativa ao redor do trabalho, principalmente quando Denis conheceu o animador cultural e artístico do colégio para quem apresentamos o projeto. O senhor se mostrou interessado e tão empolgado como nós.

Apesar de não apresentar pontos negativos a nosso ver, sabíamos que seria difícil rompermos o desafio de se trabalhar com celular em sala de aula. Primeiro esbarramos na dificuldade de se apresentar idéias novas a administradores com a mente fechada para experiências distintas, e depois na dura imagem que a lei criou para o celular fazendo com que as pessoas realmente acreditem que o celular só poderia trazer danos aos alunos quando usado em sala de aula.

Entretanto, gostaríamos de deixar claro que apesar de não termos conseguido aplicar o projeto foi uma experiência muito útil para nós e que continuaremos buscando oportunidades de levar idéias novas e interessantes às salas de aulas, e contribuir para avanços e renovações no ensino em geral, fazendo a nossa parte como futuros educadores.

 

Alunos:

Denis de Souza Melo

Erik Jonílton Costa

Marcos Anselmo Bittencourt da Rocha

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pesquisar no site